Governava o Tirano,
Do alto da colina,
Em portentoso castelo,
Impávida fortaleza;
Gemia o povo,
Sob a sola de seus pés,
O casco de seus cavalos,
O retinir de suas armas;
Parasitas partilhavam de sua mesa
Uma voz se ergueu
O Guerreiro não aceitava mais.
Percorreu planícies, florestas, montanhas;
Do povo, um a um,
Tropa surgiu;
Pequena, frágil,
Ínfima como pulga,
Incômoda como pulga
No primeiro ano,
Atacaram o castelo;
Escadas e cordas contra muralhas,
Sangue e ferro
Contra pedra e covardia;
Muitos caíram,
Poucos escaparam
Mas não desistia o Guerreiro
No segundo ano,
Emboscaram o Tirano,
Que caçava nos pântanos do oeste;
Aos gritos, massacraram a comitiva;
Por pouco escapou o Tirano
Mas não desistia o Guerreiro
No terceiro ano,
Sitiaram o castelo;
Rumores percorreram a terra,
Esperança renascia,
O povo acreditava;
Gente, gente e mais gente
Vinha engrossar o cerco;
Vitória parecia iminente.
Mas chegou Inverno,
Traiçoeiro soldado.
Dentro e fora dos muros,
Ceifava a fome;
O povo debandou,
O cerco caiu.
Vencia o Tirano,
Mais uma vez
Mas não desistia o Guerreiro
No quarto ano,
Novo cerco;
A esperança sumira,
O povo temia,
O Inverno chegaria;
Esmagada a revolta,
Escaparam o Guerreiro e mais dez
Mas não desistia o Guerreiro
No quinto ano,
O Tirano perseguiu a esperança;
Seus mercenários caçavam
O Guerreiro e mais dez;
Fugiam, fugiam
Por planícies, florestas, montanhas
Mas não desistia o Guerreiro
No sexto ano,
Traiçoeira emboscada;
Sucumbiram, o Guerreiro e mais dez.
No castelo, Tirano e parasitas comemoravam:
"O Guerreiro morreu"!
Nada mais impedia o Tirano,
Ninguém mais o ameaçava;
Impostos esmagaram os homens,
Mendigaram os velhos,
Mulheres perderam sua honra,
Moças a virgindade,
Crianças eram escravizadas
No sétimo ano,
O Tirano caiu
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