quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Consumerismo

Estive lendo recentemente sobre o conceito de "consumerismo", mais uma novidade pós-moderna. Não à toa, conheci a ideia através de um artigo escrito por uma publicitária, cujo nome tenho a sorte de não lembrar. Mas afinal, que vem a ser consumerismo?

Segundo a autora, é o modo de atuação social característico do homem pós-moderno. Enquanto o homem da modernidade seria movido pelas "utopias revolucionárias",o indivíduo da pós-modernidade age de um modo mais cool, praticando o consumo consciente, a saber, comprando apenas produtos que não agridam ao meio-ambiente, produzidos por empresas com responsabilidade social etc. Ou seja, alguém que age de modo consumerista, não consumista...

Me espanta primeiramente a passividade desse paradigma de indivíduo. No fim das contas, que tipo de mudança social pode-se visar através do dito consumerismo? Que as corporações ajam do modo que lhes convenha, restando-nos meramente a opção de exercer alguma pressão sobre elas através das nossas compras. O homem deixa de ser cidadão para tornar-se mero consumidor. Pior ainda, a capacidade de decisão do indivíduo passa a ser medida segundo seu poder aquisitivo.

Mas o comodismo dessa proposta incomoda-me mais que sua passividade. Afinal, as "utopias revolucionárias" da modernidade exigiam demais do indivíduo, não? O sujeito já tem tanta coisa para fazer e ainda precisa se cansar atuando politicamente de alguma forma? A alternativa pós-moderna é muito mais interessante: o cidadão pode fazer política no super-mercado ou no shopping-center...

2 comentários:

DER BLAUE ENGEL disse...

Esta fluidez elementar da pós-modernidade me surpreende na mesma medida em que me assusta. É como uma erva daninha que se espalha fora de qualquer controle, destruindo em um estalar de dedos, tudo aquilo que demorou tempos para ser constituído...

Luiz Fabiano de Freitas Tavares disse...

A pós-modernidade é corrosiva...