terça-feira, 17 de maio de 2011

Visão

Olhei o passado infinito,

Em transe, sono, pesadelo,
Um mar sangrento
Rugia sem paz

De todo lado,
Flutuantes cadáveres,
Ruínas castigadas,
Por onda, vento, chuva

O sangue turbulento
Ruge, ruge, rouge
Açulado por mil carrascos,
Fantasmas da História

"Ô, peuple, Océan!"

Ásia e Europa,
América, África,
Oceania,
Sangram lágrimas

Átilas e Napoleões,
Hitlers e Bushs
Fulguram sinistros
Na noite sombria

Massacres religiosos,
Festins canibais,
Fogueiras de fé,
Brilham vorazes

Revolucionários e ditadores,
Resistentes e conquistadores,
Cruéis e malditos,
Gritam, matam, se devoram

O pesadelo horrendo
Me envolve,
Tortura, ilude,
Apavora

Olho para o alto:
Estrelas brilham
No Céu,
Mais infinito que o Oceano...

Um comentário:

Rogério Marques disse...

"Átilas e Napoleões,
Hitlers e Bushs
Fulguram sinistros
Na noite sombria"

"Revolucionários e ditadores,
Resistentes e conquistadores,
Cruéis e malditos,
Gritam, matam, se devoram"

Muito inspirado!

A visão desse "passado" infinito me fez pensar. Esse passado sem fim é também presente e futuro! Perfeito. Se não foi isso que você quis dizer fico satisfeito assim mesmo com a interpretação que o poema proporcionou-me.