terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pescaria

O crente é pescador,
Aguardando paciente
Com esperançosa linha,
Fé tenta fisgar

Mas fé não seria
A própria pescaria?

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Capim bravo

Dança suave,
Capim ao vento

Pra cá, pra lá,
Vai, volta,
Balança, balança

Não luta,
Não cai,
Não desiste

Cede para resistir,
Resiste no ceder,
Calmo poder

Dança suave,
Capim ao vento

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O homem que soltava pássaros

Algumas pessoas diziam que ele era louco, mas era o homem mais são que já conheci. Ele criava lindos pássaros, de plumagem colorida e luminosa. Alimentava-os e treinava-os com muito carinho e trabalho, em grandes viveiros cheios de árvores, galhos e folhas. Depois, quando estavam fortes e robustos, os libertava no céu azul. Saíam voando por aí, como cartas de amor para todas as pessoas, encantando o mundo com vôo gracioso e belo canto.

Eu estava lá,
Quase talvez,
Mas Nunca,
Na verdade,
Estive em lugar Nenhum,
Pois não fui Ninguém

O oásis

O xeique Yuzif tinha um sonho, um grande sonho. Nesse mundo de tumultos, dores e maldades. Nesse mundo de barulho e inquietação, ele desejava construir um refúgio, um lugar onde todos os homens e mulheres de bem poderiam achar abrigo, repouso e alento. Onde os peregrinos encontrassem conforto e os que procuram sabedoria pudessem se reunir.

Yuzif tinha poucos recursos, não era um xeique muito rico. Mesmo assim, tinha fé em seus sonhos. Gastou cada moeda de seu tesouro, cada minuto de sua vida, mas com muito esforço conseguiu preparar seu oásis, um abrigo de paz, sabedoria e harmonia para todos os homens e mulheres justos que caminham pelos abrasadores desertos do mundo.