Seu coração era enorme
Corria em suas veias Amor
Com mãos enormes
Cavava canais,
Abria caminhos,
Achanava terrenos
Derrubava montanhas;
Tudo em benefício dos pequenos homens,
Frágeis homens
E eram gratos
Cantavam, festejavam, louvavam
As crianças brincavam,
Subiam, desciam, pulavam
Em suas mãos enormes
As mulheres faziam quitutes
Para seu titânico apetite
Em cada aldeia, em cada burgo,
Em cada província, em cada reino
A chegada do amigo era comemorada
Humilde, agradecia,
Mas de nada precisava...
Nem exigia!
Desinteressado seguia,
Ajudando os homens,
Compadecido da pequenez
Passou o tempo;
Geniais e geniosos,
Os homens inventaram,
Inventaram muito:
Máquinas de paz,
Máquinas de guerra
Dispensavam o gigante
Era desnecessário
Sua pujança, ah!
Lembrava-lhes sua fraqueza
O amigo incomodava,
Contrastante testemunho
Da fragilidade humana
Ao bondoso titã
Guerra declarou-se
Seu grande coração,
De tristeza se encheu
Com tanques-formiga,
Aviões-mosquito,
Petardos-ferrão,
Tentavam ferir a montanha
Apenas caminhava
O benfeitor,
Evitando o pisão
Em algum minúsculo
Sumiu
Não visitava aldeias,
Não aparecia em burgos,
Não o viam as províncias,
Esqueceram-no os reinos
Seguiram os homens,
Sua vidinha de baratas
Mas não viam...
Não sabiam...
À noite...
Quando todos dormiam...
Silencioso...
Sorrateiro...
Lá estava ele...
Cavando canais...
Abrindo caminhos...
Achanando terrenos...
Derrubando montanhas...
Tudo em benefício dos pequenos homens,
Mesquinhos homens...
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Fúria
Tudo tombava ante sua fúria selvagem
Sedenta,
Sua espada nada poupava
A fúria ardia em seu peito,
Santa fúria,
Fúria infernal
Sua mente queimava
De ódio plena
Ódio contra o mundo
Ódio contra tudo
Espada,
Lança,
Machado,
Martelo,
Tudo que destrói,
Tudo que mata,
Era sua ferramenta
Seu coração era abismo sombrio,
Poço sem fundo,
Noite sem lua,
Ansiando justiça,
Ansiando vingança
Quem deteria tal fera?
Quem mataria tal demônio?
Tudo tombava ante sua fúria selvagem
Sedenta,
Sua espada nada poupava
A fúria ardia em seu peito,
Santa fúria,
Fúria infernal
Sua mente queimava
De ódio plena
Ódio contra o mundo
Ódio contra tudo
Espada,
Lança,
Machado,
Martelo,
Tudo que destrói,
Tudo que mata,
Era sua ferramenta
Seu coração era abismo sombrio,
Poço sem fundo,
Noite sem lua,
Ansiando justiça,
Ansiando vingança
Quem deteria tal fera?
Quem mataria tal demônio?
Tudo tombava ante sua fúria selvagem
domingo, 26 de setembro de 2010
Arundel
À beira do rio,
Despreocupada,
Brinca Arundel
Flores cheira,
Corre entre árvores,
O mundo ignora
Seria plebeia?
Seria nobre?
Arundel não sabe;
É criança apenas
Pequeno é seu mundo;
Casa, Quinta, Igreja,
Mais nada
Abraçada ao cãozinho,
Dorme Arundel,
Sonha inocente
Canta Arundel,
Sorrindo dança,
Ninguém entende...
Arundel é feliz!
Despreocupada,
Brinca Arundel
Flores cheira,
Corre entre árvores,
O mundo ignora
Seria plebeia?
Seria nobre?
Arundel não sabe;
É criança apenas
Pequeno é seu mundo;
Casa, Quinta, Igreja,
Mais nada
Abraçada ao cãozinho,
Dorme Arundel,
Sonha inocente
Canta Arundel,
Sorrindo dança,
Ninguém entende...
Arundel é feliz!
Tárik e Roderico
Brilha o Sol,
Infernal calor,
Ofuscantes reflexos,
No Guadalete
Massas se espremem;
De um lado a Cruz,
De outro o Crescente
Meros pretextos
Espuma Tárik,
Rosna Roderico
Soam trombetas
Voam setas
Trotam cavalos
Retinem espadas
Ressoam escudos
Avançam lanças
Cedem ventres
Rolam cabeças
Pendem braços
Saltam vísceras
Caem miolos
Tombam homens
Sangue, sangue, sangue!
Passáros carniceiros
Famintos lobos
Escumam de apetite
Macabro repasto!
O campo de batalha é cozinha fumegante
Bravos atacam godos
Timidos recuam mouros
Roderico sorri
Tárik espera
A Cruz parece rir do Crescente
A tarde avança
Os godos também
O sangue vira lago;
Os cadáveres, montanha
Impávido corre Roderico:
Espada em riste,
Mergulha sobre o infiel
Esmagado pelas patas do cavalo
Trágico cálculo...
Os godos perdem o rei;
Entre muralha de mouros,
Roderico está só
Roderico gargalha
Roderico sangra
Roderico golpeia
Roderico morre
Corre o rumor
"O rei está morto!"
Corre o terror
Tomba decapitada a tropa goda
Qual cimitarra,
O sarraceno avança
Tárik sorri
O godo desespera
O godo recua
O godo foge
Livra-se o caminho de Toledo
Abrem-se as portas da conquista
De Gibraltar aos Pirineus
Brilha já o Crescente
Com Roderico morre uma era;
Com Tárik nasce outra
Ah, Guadalete, doloroso parto!
Morte ao Reino dos Godos!
Viva o Califado de Toledo!
Infernal calor,
Ofuscantes reflexos,
No Guadalete
Massas se espremem;
De um lado a Cruz,
De outro o Crescente
Meros pretextos
Espuma Tárik,
Rosna Roderico
Soam trombetas
Voam setas
Trotam cavalos
Retinem espadas
Ressoam escudos
Avançam lanças
Cedem ventres
Rolam cabeças
Pendem braços
Saltam vísceras
Caem miolos
Tombam homens
Sangue, sangue, sangue!
Passáros carniceiros
Famintos lobos
Escumam de apetite
Macabro repasto!
O campo de batalha é cozinha fumegante
Bravos atacam godos
Timidos recuam mouros
Roderico sorri
Tárik espera
A Cruz parece rir do Crescente
A tarde avança
Os godos também
O sangue vira lago;
Os cadáveres, montanha
Impávido corre Roderico:
Espada em riste,
Mergulha sobre o infiel
Esmagado pelas patas do cavalo
Trágico cálculo...
Os godos perdem o rei;
Entre muralha de mouros,
Roderico está só
Roderico gargalha
Roderico sangra
Roderico golpeia
Roderico morre
Corre o rumor
"O rei está morto!"
Corre o terror
Tomba decapitada a tropa goda
Qual cimitarra,
O sarraceno avança
Tárik sorri
O godo desespera
O godo recua
O godo foge
Livra-se o caminho de Toledo
Abrem-se as portas da conquista
De Gibraltar aos Pirineus
Brilha já o Crescente
Com Roderico morre uma era;
Com Tárik nasce outra
Ah, Guadalete, doloroso parto!
Morte ao Reino dos Godos!
Viva o Califado de Toledo!
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Butão
Drukyul,
Fantasia,
Sonho,
Utopia
Terra da virtude
Longe, longe
A loucura ocidental
Sereno azul
O céu abençoa
A felicidade do reino
Sábio governa o rei
Confiante vive o povo
Evolam-se preces
Por monges entoadas
A paz sobe às estrelas
Utopia,
Sonho,
Fantasia,
Drukyul
Fantasia,
Sonho,
Utopia
Terra da virtude
Longe, longe
A loucura ocidental
Sereno azul
O céu abençoa
A felicidade do reino
Sábio governa o rei
Confiante vive o povo
Evolam-se preces
Por monges entoadas
A paz sobe às estrelas
Utopia,
Sonho,
Fantasia,
Drukyul
Assinar:
Postagens (Atom)